Artigo


O mito da velha economia encerra seu ciclo

por Graziela Merlina*

Este é mais um artigo do nosso novo modelo de compartilhar reflexões e conteúdos da Casa Merlina, todos os meses teremos um conteúdo novo nos formatos áudio e texto disponíveis em nosso site.


Para saber mais acesse: https://www.casamerlina.com.br/home/blog


O recente caso de irregularidade bilionária envolvendo as lojas Americanas, cujos líderes são conhecidos como referência empresarial pelo uso da fórmula de geração de valor ao acionista, coloca em exposição que a velha economia já faliu.


Uma estrutura formal de governança tende a permear os campos da cegueira ética pois, baseia-se muitas vezes em conceitos de sucesso que já não fazem mais sentido na atual realidade. Um sucesso que baseia-se somente em crescimento, lucro e retorno rápido aos acionistas.


Isso gera uma visão distorcida e pobre da empresa e seu papel na sociedade. Não se considera a perspectiva de que negócios, sociedade e planeta estão conectados e interdependentes.


Eu te convido a ler a incrível entrevista com Alexandre Di Miceli, phd em Governança dada à Exame.com e que está no link que vou compartilhar na descrição do podcast.


É possível gerar novos modelos econômicos?


Sim, é muito possível, usar abordagens que consideram a cultura como uma combinação de crenças, valores e normas de conduta compartilhadas por um grupo, são os responsáveis por gerar um ambiente psicológico e social saudável dentro de uma organização.


Empresas que atuam alicerçadas nos pilares do Propósito Maior, da Cultura Consciente, da Liderança Consciente e da Orientação para Stakeholders geram valor intelectual, físico, ecológico, social, emocional, ético e até mesmo espiritual a todas as partes interessadas do negócio, e impactam positivamente à geração de lucros a investidores e acionistas.


Estes são, não por acaso, os Pilares do Capitalismo Consciente, um movimento global que surgiu nos Estados Unidos e tem como objetivo elevar a consciência das lideranças para práticas empresariais baseadas na geração de valor para todos.


E estes pilares estão estruturados nos seguintes propósitos:


O PROPÓSITO MAIOR 

O propósito de uma empresa deve ser muito mais do que simplesmente gerar lucros: é a causa pela qual a empresa existe.


A CULTURA CONSCIENTE 

É a incorporação dos valores, princípios e práticas subjacentes ao tecido social de uma empresa. Ela conecta os stakeholders uns aos outros e também ao seu propósito, pessoas e processos. 


A LIDERANÇA CONSCIENTE 

Os líderes conscientes são responsáveis por servir ao propósito da organização criando valor para todos os seus stakeholders e cultivando uma Cultura Consciente de confiança e cuidado. 


E A ORIENTAÇÃO PARA STAKEHOLDERS 

Um negócio deve gerar diferentes valores para todas as partes interessadas, os chamados stakeholders.


Vou deixar aqui no link o site do Capitalismo Consciente Brasil para que você possa conhecer mais este movimento.


E a qual reflexão podemos chegar?

Os ciclos têm por princípio, início, meio e fim. Conseguir perceber, em tempo, que aquela receita já não gera os mesmos resultados, porque estes resultados só beneficiam alguns em detrimento de muitos outros é essencial, pois assim o ciclo econômico deixa de ser saudável.


Saber que eu sou porque você também é não se trata de uma filosofia, mas sim, de um ciclo que se abre para ações pelo outro e para o outro. E como nós e o Planeta somos uma coisa só, ele passa a fazer parte de toda e qualquer equação econômica.  Essa é a verdadeira economia, a que gera a riqueza no seu significado mais amplo, que engloba a sociedade, a saúde, o tempo, a paz e também os aspectos de ordem material.


Pensar Ubuntu (eu sou porque você é) é a sugestão.


*Graziela Merlina -  Conselheira do Capitalismo Consciente Brasil | Idealizadora do HUB Consultores Conscientes @CasaMerlina | Fundadora do Instituto Emana  | Palestrante | Mentora & Investidora Social.