Artigo
Você é consciente sobre os compromissos que firmou com você mesm@?
por Graziela Merlina*
Eu e minha irmã, Carla, somos daquela relação de amizade, carinho, confidências, companheirismo e sinceridades. Muito unidas e solidárias. Há 2 anos ela se mudou do Brasil. Difícil explicar o que estar longe significa para nós. Na época de festas de fim de ano, ela e a família costumam nos visitar. Dessa vez, chegaram com uma novidade. Após 2 anos vivendo em Paris, estavam de mudança para Baku, no Azerbaijão. Onde é isso? Foi a primeira pergunta... Que língua falam por lá? Qual a religião? E a escola do filho? Qual a diferença de horário?
Nossa! Muitas curiosidades... Mas, o mais importante de tudo não eram as perguntas, era um desejo de irmã: “Vai com tudo maninha. Aproveita. Viva a experiência. Abra-se ao novo. Esteja presente. Que seja o melhor para todos vocês.”
E foi assim a nossa despedida no aeroporto. E um dos presentes lindos que ela me deixou foi a dupla de livros: “Os Quatro Compromissos” e “O Quinto Compromisso”, de Don Miguel Ruiz.
Me senti conectada com ela em cada página lida, e senti vontade de aqui compartilhar meus principais aprendizados com as duas obras, e imaginar como isso pode ser praticado além das fronteiras de nossa pátria.
A obra parte da crença de que todos nós estabelecemos algum tipo de auto-compromisso. Uma vida mais plena exigirá que você rompa com os compromissos que assumiu baseados no medo e se conecte com os compromissos que vem de seu poder pessoal.
Ser impecável com a palavra – o 1º compromisso
Um pecado é algo que se faz contra si mesm@. Tudo o que você sente, acredita ou diz que se volta contra você mesm@ – ou seja, toda vez que você se julga ou culpa por alguma coisa – é um pecado.
Ser impecável é não contrariar a sua natureza. É assumir a responsabilidade por seus atos, sem julgamentos ou culpas.
Ser impecável com a sua palavra é não usá-la contra você mesm@. Não se acostumar com o uso da palavra para amaldiçoar, culpar, causar remorso, destruir.
O 1º compromisso é a escolha de usar a palavra para espalhar o amor. Para quebrar todos os pequenos compromissos que @ fazem sofrer, e que, portanto, reforçam o seu medo e não o seu amor.
Não leve nada para o lado pessoal – o 2º compromisso
Cometemos a presunção de achar que tudo é sobre “nós”.
Levar as coisas para o lado pessoal torna você presa fácil de predadores. Eles conseguem captar sua atenção com uma pequena opinião e injetam todo o veneno que desejam. Como você leva para o lado pessoal, acaba aceitando tudo.
Os seres humanos são viciados em sofrer de várias formas diferentes, e apoiam uns aos outros quando se trata de manter esse vício. O vício de sofrer não passa de um compromisso reafirmado todos os dias.
Se alguém não @ está tratando com amor e respeito, é melhor que se afaste de você... acabará descobrindo que para fazer as escolhas certas não precisa confiar nos outros tanto quanto precisa confiar em si mesm@.
Quando não aceitamos a dor emocional, ela se torna pior para quem a enviou, e assim não consegue nos manter no medo.
Não tire conclusões – o 3º compromisso
Toda tristeza e drama da sua vida foram causados pelo fato de você ter tirado conclusões e levado as coisas para o lado pessoal. Sempre é melhor fazer perguntas do que tirar conclusões, porque as conclusões nos predispõem ao sofrimento.
É interessante observar como a mente humana trabalha. Temos a necessidade de justificar tudo, de explicar e compreender tudo para sentir segurança. Temos milhões de perguntas que precisam de respostas porque existem muitas coisas que a mente racional não consegue explicar. Não importa se a resposta é correta; uma resposta já nos faz sentir seguros. Por isso presumimos.
Se os outros nos contam algo, tiramos conclusões; se não nos contam, também tiramos, para preencher nossa necessidade de saber e suprir a necessidade de comunicação.
Temos medo de ser nós mesm@s em presença dos outros. Achamos que estarão nos julgando e vitimando, nos fazendo sofrer e nos culpando, tal como fazemos a nós mesm@s. Portanto, antes que os outros tenham uma chance de nos rejeitar, nós nos rejeitamos.
A forma de evitar tirar conclusões é fazer perguntas. Se você não compreende, pergunte... Todos têm o direito de responder sim ou não, mas você também tem o direito de perguntar. Perguntar te tira do seu compromisso com o medo.
Dê sempre o melhor de si – o 4º compromisso
Continue dando o melhor de si, nem mais nem menos. Se você se esforçar demais para conseguir seu “melhor”, irá gastar mais energia do que é necessário, e no final seu “melhor” não será o suficiente. Quando você exagera, esgota o seu corpo e vai contra si mesm@... Se fizer menos do que seu “melhor”, vai sujeitar-se a frustrações, autojulgamento, culpas e arrependimentos.
Se você sempre fizer o melhor, uma vez depois da outra, irá tornar-se um@ mestre da transformação. A prática faz a maestria.
Mas você precisa ter uma grande força de vontade.... Porque onde quer que vamos, encontramos nosso caminho cheio de obstáculos. Cada um deles tenta sabotar nosso acordo, e tudo ao nosso redor é uma armadilha para quebra-lo.
Se você cair, não se julgue. Não dê ao seu Juiz Interno a satisfação de transformá-l@ em vítima. Não seja dur@ com você mesm@. Erga-se e faça o compromisso novamente.
Seja cético, mas aprenda a escutar – o 5º compromisso
Há um livro inteiro para falar desse compromisso, por isso, seria por demais presunçoso resumir aqui. Este é considerado o compromisso mais avançado, o que nos chama a sermos mensageir@s da verdade.
Quando você aprende a escutar, você não julga se é uma verdade ou mentira. Você respeita porque entende que a história que cada um conta é distorcida pelas crenças que possuem. Use o poder da dúvida e aprenda a questionar o que é real e o que é realidade criada.
Afinal, o Sistema de Crenças no interior de sua mente é baseado em mentiras, feridas e veneno emocional. E se o seu é assim, o do outro também é.
A obra, em seus cinco compromissos, nos convida a renascer, levantar dos mortos, estar viv@, ser nós mesm@s outra vez... tomar o poder da liberdade e sabedoria no lugar da inocência e domesticação.
“Nosso ponto de vista cria a nossa realidade. Quando estamos presos às nossas crenças, nossa realidade se torna rígida, estagnada e opressiva. Ficamos amarrados aos apegos porque perdemos a capacidade de reconhecer que temos a opção de ser livres.
De todas as crenças das quais devemos nos desligar, esta é a mais importante: Abandone o apego à crença de que deve ter uma imagem de perfeição para ser feliz.” Don Miguel Ruiz Jr., autor do livro Os cinco níveis de apego: A sabedoria tolteca para o mundo moderno.
*Graziela Merlina - Idealizadora na @casamerlina / Conselheira no @capitalismoconscientebrasil / Fundadora da @ApoenaRH